sábado, 16 de março de 2013

Fases de crescimento e desenvolvimento que modificam o sono do bebê e da criança


Fotografia de stock: Little boy playing with bubbles in park
Salta Pepê!!!



O desenvolvimento e o crescimento do bebê no primeiro ano e além podem provocar alterações no seu sono. Veja como saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação podem interferir no sono.


O primeiro ano da criança é uma fase de mudanças extraordinárias para toda a família. Esse período é excitante e desafiador, quando bebês aprendem a comunicar suas necessidades e pais aprendem como atendê-las.

Você pode pensar que o desenvolvimento do seu bebê (como aprender a rolar, engatinhar e andar) e seu crescimento não tem nada a ver com o sono, mas a verdade é que caminham juntos! Abaixo uma descrição dos fenômenos chamados saltos de desenvolvimento, picos de crescimento e angústia de separação.

Saltos de desenvolvimento

Saltos de desenvolvimento são aquisições de habilidades funcionais específicas que ocorrem em determinados períodos. O ritmo de desenvolvimento não é constante: há alguns períodos de desenvolvimento acelerado e outros onde há uma desaceleração.

Toda vez que seu bebê desenvolve uma nova habilidade, ele fica tão excitado e obcecado com a conquista que a quer praticar o tempo todo, inclusive durante o sono. Em outras palavras, um dos ‘efeitos colaterais’ desse trabalho todo que o cérebro dos bebês está fazendo é que eles não dormem tão bem quanto o fazem em períodos que não estão trabalhando em dominar uma nova habilidade. Eles podem até resistir às rotinas já estabelecidas.

No período que imediatamente antecede o chamado salto de desenvolvimento, o bebê repentinamente pode se sentir perdido no mundo, pois seus sistemas perceptivo e cognitivo mudaram, houve uma maturidade neurológica, mas não tempo hábil para adaptação às mudanças. Então o mundo lhe parece estranho, e o resultado da ansiedade gerada é geralmente desejar voltar para sua base, ao que já lhe é conhecido, ou seja, a mamãe! Em vista disso, é comum ficarem mais carentes, precisando de mais colo, e com frequência há também alterações em seu apetite e sono.

Então, nessas fases, é preciso apenas ter um pouco de paciência e empatia com o bebê - depois do processo de aquisição da nova habilidade (como rir, engatinhar, sentar, interagir, andar) o bebê dá um salto no desenvolvimento e demonstra felicidade com o final da ‘crise’. Ou seja, por um lado, o bebê fica feliz com a nova habilidade e independência que vem junto, e já é capaz de se afastar um pouco da mamãe. Por outro lado, sente angústias e receios com essa nova situação. Isso lhe traz sentimentos dúbios: é como uma ‘dança louca’ entre separação e apego, onde o bebê irá flutuar entre os dois por um período.

A duração de cada salto é variável, mas geralmente depois de algumas semanas a fase difícil passa e tudo volta à normalidade. Bebês e crianças precisam de cuidados amorosos, empatia e novas experiências, e não de brinquedos caros. Fale com seu bebê, cante, brinque com ele, leia para ele. São atividades chave para o desenvolvimento do cérebro. Os saltos no desenvolvimento não cessam na infância, mas continuam até a adolescência. (1-2).

Essas aquisições ocorrem em vários aspectos: desenvolvimento motor (aprender a usar grupos de músculos para sentar, andar, correr, ter equilíbrio corporal, mudar de posições e outros), desenvolvimento do controle motor fino (usar as mãos para comer, desenhar, se vestir, tocar um instrumento, escrever, e tantas outras coisas), linguagem (desenvolvimento da fala, uso de linguagem corporal e gestos, comunicação e entendimento do que outros dizem), desenvolvimento cognitivo [nos dois primeiros anos de acordo com Piaget ocorre o desenvolvimento sensório-motor, que inclui habilidades de pensamento como aprendizado, entendimentos, resolução de problemas, raciocínio e memória (3)] e desenvolvimento social (interagir e se relacionar com familiares, amigos e professores, mostrar cooperação e empatia).

Certa variação entre crianças é esperada, mas uma cronologia observada experimentalmente dos períodos de saltos de desenvolvimento é a seguinte:

- 5 semanas (1 mês): a visão do bebê melhora, ele consegue ver padrões em branco e preto, passa a se interessar mais pelo ambiente que o rodeia e consegue seguir objetos brevemente com os olhos. Passa ficar acordado por períodos um pouco maiores (cerca de 1 hora ou pouco mais entre as sonecas). É também nessa época que bebê começa a chorar com lágrimas e sorrir pela primeira vez ou com mais frequência do que antes.

- 8 semanas (quase 2 meses): diferenças nos sons, cheiros e sabores ficam mais perceptíveis. Ele percebe que as mãos e os pés pertencem ao corpo e começa a tentar controlar estes membros. O bebê começa também a experimentar com sua voz. É também nessa fase que o bebê começa a mostrar um pouco de sua personalidade: é agora que os pais começam a reparar quais coisas, cores e sons o bebê gosta mais. Depois desse salto o bebê vai poder virar a cabeça na direção de algo interessante e emitir sons conscientemente. Todas essas novas experiências trazem insegurança ao bebê que provavelmente procura mais o conforto do peito da mãe. Isso pode deixar a mãe preocupada se produz leite materno suficiente, o que não procede, já que a produção se ajusta à demanda (ver abaixo também sobre picos de crescimento).

- 12 semanas (quase 3 meses): o bebê descobre mais nuances da vida: nessa idade o bebê já pode enxergar todo um cômodo da casa, vira-se quando ouve sons altos, e consegue juntar suas mãos. Vai observar e mexer no rosto e cabelo dos pais e vai perceber que pode gritar. Depois do salto o bebê praticamente não vai mais precisar de apoio para manter a cabeça erguida. Como nos outros saltos, os pais são o porto seguro do mundo do bebê e ele se apoia nisso. Ele pode começar a reagir de maneira diferente fora de casa ou no colo de um estranho. Ao mesmo tempo que o bebê tem uma grande curiosidade em reparar no mundo que o rodeia, ele também é muito sensível às novidades e por isso se sente mais confortável e seguro nos braços dos pais.

- 19 semanas (4 meses e meio): por volta da 14ª. até a 17ª. semanas o bebê pode parecer mais ‘impaciente’. Esse é um dos saltos mais longos: dura cerca de 4 semanas, podendo porém se estender por até 6 semanas. O bebê chora mais, apresenta mudanças extremas de temperamento e quer mais atenção e colo. Consegue alcançar e pegar um brinquedo, sacudi-lo e colocá-lo na boca, passá-lo de uma mão para outra. Pode ganhar o primeiro dente. Os sons que o bebê emite se tornam mais nítidos e complexos, consegue fazer alguns sons como ‘baba’, ‘dada’. Tudo cheira, soa e tem gosto diferente agora. Dorme menos. Estranha as pessoas e busca maior contato corporal quando está sendo amamentado. Depois desse salto o bebê vai poder virar de costas e de barriga para baixo, e vice-versa, se arrastar pra frente ou pra trás, olhar atentamente para imagens num livro; reagir ao ver seu reflexo no espelho e reconhecer seu próprio nome.

Esse é um dos saltos de desenvolvimento mais significativos e em que um maior número de mães costuma relatar alterações no sono. Provavelmente porque o padrão de sono parecia entrar num ritmo desde que o bebê nasceu, e essa alteração é vista como uma ‘regressão’, na qual o bebê tende a acordar bastante por algumas semanas enquanto está trabalhando no salto. E uma vez que esse salto está completo há somente 1 ou 2 semanas antes de começar a trabalhar no próximo (das 26 semanas), é um longo período de sono ruim e bebê irritado nesse estágio da vida.

- 26 semanas (6 meses): Já na 23ª semana o bebê parece se tornar mais ‘difícil’. Ele busca maior contato corporal durante as brincadeiras. O bebê já consegue coordenar os movimentos dos braços e pernas com o resto do corpo. Senta sem apoio e põe objetos na boca. Nessa idade ele começa a entender que as coisas podem ficar dentro, fora, em cima, embaixo, atrás, na frente, e usa isso em suas brincadeiras. Ele passa a entender que quando a mamãe anda, ela vai se afastar e isso o assusta, então reclama quando a mãe sai de perto. Depois desse salto o bebê vai ficar interessado em explorar a casa, armários, gavetas, achar etiquetas, levantar tapetes para olhar o que tem embaixo. Ele se vira para prestar atenção nas vozes, consegue imitar alguns sons, rola bem em ambas direções e começa a se apoiar em algo para ficar de pé. Adquire maturidade para receber alimentos sólidos. Essa fase pode durar cerca de 4-5 semanas.

- 30 semanas (7 meses): o bebê tenta se jogar adiante para alcançar objetos, bate um objeto em outro. Pode começar a engatinhar, a falar algumas sílabas e entende melhor o conceito de permanência das coisas. Pode fazer sinal de tchau. Sente ansiedade com estranhos.

- 37 semanas (8 meses e meio): o bebê fica ‘temperamental’, tem mudanças frequentes em seu humor, de alegre para agressivo e vice-versa, ou de exageradamente amoroso para ataques de raiva em questão de momentos. Chora com mais frequência. Quer ter mais atividades e protesta se não as tem! Não quer que troquem sua fralda, chupa seus dedos. Protesta quando o contato corporal é interrompido. Dorme menos, tem menos apetite, movimenta-se menos e “fala” menos. Às vezes senta-se quieto e sonha acordado. O bebê agora começa a explorar as coisas de uma forma mais metódica. Passa a entender que as coisas podem ser classificadas, por exemplo, sabe o que é comida e o que é animal, seja ao vivo ou em um livro. Fala "mamá" e"papá" sem distinção de quem é a mãe ou o pai. Engatinha, aponta objetos, procura objetos escondidos, usa o polegar e dedo indicador para segurar objetos.

- 46 semanas (quase 11 meses): o bebê percebe que existe uma ordem nas coisas e atitudes, por exemplo, que se colocam sapatos nos pés e brinquedos nos armários. Ganha então uma consciência de suas próprias atitudes. Ao invés de separar objetos, passa a juntá-los. Depois desse salto o bebê vai poder apontar para algo ou pessoa a pedido seu, vai querer ‘falar’ no telefone e enfiar chaves nos buracos de chave, procurar algo que você escondeu, tentar tirar a própria roupa. Fala "mamá" e "papá" para a mãe ou pai corretamente. Levanta-se por alguns segundos, movimenta-se mais, entende o "não" e instruções simples.

- 55 semanas (quase 13 meses): geralmente a fase em que o bebê começa a andar - um salto no desenvolvimento bem significativo. Fala mais palavras do que "mama" e "papa". Rabisca com giz.

- 64 semanas (quase 15 meses): o bebê combina palavras e gestos para expressar o que precisa, come com as mãos, esvazia recipientes, coloca tampas nos recipientes apropriados, imita as pessoas, explora tudo que estiver à sua frente, inicia jogos, aponta partes do corpo quando perguntado, responde a algumas instruções (por exemplo, “me dá um beijo”), usa colher e garfo, empurra e puxa brinquedos enquanto anda, joga bola, anda de marcha a ré.

- 75 semanas (17 meses): o bebê usa cerca de 6 palavras regularmente, gosta de jogos de imitação, gosta de esconder brinquedos, alimenta uma boneca, joga bola, dança, separa brinquedos por cor, formato e tamanho. Olha livros sozinho e rabisca bem.

Picos de crescimento
Picos de crescimento são fenômenos que se referem ao crescimento do bebê em si, e não ao seu desenvolvimento. Nos períodos de picos os bebês começam a solicitar mais mamadas do que o usual, pois precisam de mais alimento para crescer nesse ritmo agora mais acelerado. Então o bebê que dormia longos períodos à noite pode começar a acordar mais e solicitar mais mamadas. Esta necessidade geralmente dura de poucos dias a uma semana, seguido de um retorno ao padrão menor de mamadas, mas agora com o organismo da mãe adaptado a produzir mais leite.

É muito importante respeitar a demanda aumentada de mamadas, pois somente com a livre demanda é que a produção de leite materno se ajusta perfeitamente às necessidades do bebê.

Nesses períodos a mãe pode interpretar incorretamente a maior demanda de mamadas do bebê - ela pode achar que seu leite não está sendo suficiente, ou que está ‘fraco’ e pensar que a solução para a situação é oferecer complemento de leite artificial. Porém, é um erro oferecer mamadeiras com leite artificial nesses períodos, pois isso prejudica o equilíbrio perfeito da natureza de produzir o leite conforme a demanda de mamadas. Em outras palavras, ao dar leite artificial perde-se um estímulo poderoso no peito, o organismo assim entende que não precisa daquela mamada, e passa a produzir menos e não mais como é necessário!

Períodos comuns dos picos de crescimento ocorrem por volta dos 7-10 dias, 2-3 semanas, 4-6 semanas, 3 meses, 4 meses, 6 meses e 9 meses e além. Os picos continuando acontecendo no decorrer do crescimento da criança, incluindo a adolescência, momento em que mudanças físicas e emocionais são mais notáveis.

Dra. Jeny Thomas, médica e consultora de amamentação, afiliada a Associação Americana de Pediatria e a Academia de Medicina da Amamentação reflete sobre acreditar na capacidade de amamentar o bebê:

"A maioria das mulheres não acredita que seu corpo que gerou esse lindo bebê seja capaz de amamentar o mesmo bebê. As pesquisas mostram que uso de complemento e desmame precoces estão aumentando. Por que não acreditamos no nosso corpo no pós-parto? Não sei. Mas ouço todos os dias que a mãe está complementando porque "meu leite não o satisfaz, não é suficiente." Claro que é. Bebês precisam mamar o tempo todo- e precisam estar contigo o tempo todo. Essa é sua satisfação máxima.

Um bebê mamando no peito de sua mãe está obtendo componentes para desenvolvimento de seu sistema imune, ativando seu timo, se aquecendo, se sentindo quentinho e confortável, seguro de predadores, tendo padrões de sono normais e ativando seu cérebro (ah, e inclusive) adquirindo alimento para esses processos. Eles não estão somente "famintos" – eles estão obedecendo seus instintos de sobrevivência." (4)

Ansiedade de separação

A partir de 6 a 8 meses, em média, o bebê começar a perceber que é um indivíduo separado da mãe. Essa descoberta lhe traz angústia e pânico, então ele tende a solicitar muita atenção da mãe e pode chorar mais que o usual. Essa fase se completa num longo processo que continua a se manifestar de uma forma ou outra até os dois a três anos, ou até os cinco anos, de acordo com outros especialistas.

É preciso levar a sério a intensidade dos seus sentimentos. O bebê não está “chatinho”, “grudento” nem “manhoso”. Como a mãe é o seu mundo e representa sua segurança, e como a noção de permanência (ou seja, tudo que está longe do campo de visão) não está completamente estabelecida, essa angústia é muito acentuada. A maioria das conexões nervosas no cérebro são feitas na infância e a maneira com que lidamos com as emoções do bebê tem um efeito profundo em como essas conexões se refletirão na capacidade do bebê lidar com suas próprias emoções quando for adulto. Em outras palavras, experiências na primeira infância e interação com o ambiente são as partes mais críticas no desenvolvimento do cérebro da criança. (5)

O sistema de angústia da separação, localizado no cérebro inferior, está geneticamente programado para ser hipersensível. Nos primeiros estágios da evolução humana era muito perigoso que o bebê estivesse longe da sua mãe. Se não chorasse para alertar seus pais do seu paradeiro, não conseguiria sobreviver.

Então, quando o bebê sofre pela ausência dos seus pais, no seu cérebro ativam-se as mesmas zonas que quando sofre uma dor física. Ou seja, a linguagem da perda é idêntica à linguagem da dor. Não tem sentido aliviar as dores físicas, como um corte no joelho, e não consolar as dores emocionais, como a angústia da separação. Mas, infelizmente, é isso o que fazem muitos pais, por não conseguirem aceitar que a dor emocional de seu filho é tão real como a física. Essa é uma verdade neurobiológica que todos deveríamos respeitar.

O desenvolvimento dos lóbulos frontais inibe naturalmente esse sistema de angústia de separação.

É importante entender que o período "crítico" de desenvolvimento emocional e social ocorre nos primeiros 18 meses da criança. A parte do cérebro que regula as emoções, a amídala, é formada cedo de acordo com as experiências que o cérebro recebe. O desenvolvimento de um vínculo emocional, empatia e confiança, e todos os aspectos da inteligência emocional fornecem o fundamento para desenvolvimento de outros aspectos emocionais conforme a criança cresce. Então, nutrir emocionalmente e responsivamente o bebê é importante para que a criança aprenda empatia, felicidade, otimismo e resiliência na vida.

O desenvolvimento social, que envolve auto-consciência e capacidade da criança de interagir com outros, também ocorre em etapas. Por exemplo, compartilhar brinquedos é algo que um cérebro de uma criança de 2 anos não está completamente desenvolvido para fazer bem! Então não se zangue com seu filho menor de 2 anos que não quer dividir os brinquedos. Esta capacidade social é mais comum e positiva em crianças maiores de 3 anos.(6)

Então, se se a mãe tiver que se afastar do filho pequeno para trabalhar ou por outro motivo, muito carinho, conversa, paciência e coerência nas atitudes são necessários para que ele continue tendo confiança nela e supere esse período de crise. É também muito importante certificar-se que o bebê criou um vínculo afetivo com o outro cuidador. (7)

Alguns estudos detectaram alterações a longo prazo do eixo Hipotálamo-Hipófise- Adrenal do cérebro infantil devido a separações curtas, quando a criança fica aos cuidados de uma pessoa desconhecida. Esse sistema de resposta ao estresse é fundamental para nossa capacidade de enfrentar bem o estresse na vida adulta é muito vulnerável aos efeitos adversos do estresse prematuro. (8)

Algumas pessoas justificam sua decisão de deixar o bebê desconsolado como uma forma de “inoculação de estresse”, o que significa apresentar ao bebê situações moderadamente estressantes para que aprenda a lidar com a tensão. Aqueles que afirmam que os bebês que choram por um prolongado período de tempo só sofre um estresse moderado estão enganando a si mesmos, pois livrar-se do bebê ou não consolá-lo (durante o dia ou a noite, quando choram ou pedem mais mamadas ou colo do que o usual) pode resultar em efeitos adversos permanentes no cérebro da criança. Ela pode sentir pânico, o que significa um aumento importante e perigoso das substâncias estressantes no seu cérebro, podendo resultar em uma hipersensibilização do seu sistema de medo, o que lhe afetará na sua vida adulta, causando fobias, obsessões ou comportamentos de isolamento temeroso. (9).

Algumas idéias práticas para reduzir a Angústia de Separação no seu bebê estão no artigo prévio sobre retorno ao trabalho e sono do bebê (link: http://guiadobebe.uol.com.br/bb1ano/retorno_ao_trabalho_e_o_sono_do_bebe_como_fica.htm), como praticar separações rápidas e diárias, evitar a transferência de colo para colo e entender a ansiedade de separação como um sinal positivo.

Além disso, nessa fase, procure passar todo tempo possível com seu bebê, principalmente se trabalha fora. Separe os momentos logo após o reencontro do dia de trabalho para ter dedicação exclusiva a ele. Sente confortavelmente, faça contato olho no olho, amamente, interaja com seu bebê. Você pode estar cansada e estressada depois da longa jornada de trabalho, mas se conseguir um pouco de energia para receber seu bebê com alegria, você também se sentirá melhor após alguns minutos de uma reconexão significativa. Somente depois pense no jantar, no banho e outros afazeres. Considere promover proximidade na hora de dormir se suspeita que o bebê tem acordado mais a noite por estar passando por um pico de ansiedade de separação.

Outras mudanças

Alguns acontecimentos, como o nascimento de um irmãozinho/a, introdução de alimentos novos (veja dicas de alimentação que promove o sono no artigo -link: http://guiadobebe.uol.com.br/bb1ano/comer_bem_para_dormir_bem.htm), o retorno da mãe ao trabalho e entrada em creche (veja o artigo prévio sobre esse tema - link: http://guiadobebe.uol.com.br/bb1ano/retorno_ao_trabalho_e_o_sono_do_bebe_como_fica.htm), viagens, doenças, separação dos pais, atritos com coleguinhas, ausência de um ente querido e outros podem interferir no sono da criança. Tenha muita paciência e ofereça-lhe sempre segurança, assim, gradualmente, a rotina pode ser restabelecida.

Resumindo

Saltos de desenvolvimento e picos de crescimento são eventos diferentes e sua cronologia não se sobrepõe perfeitamente, embora possam ocorrer concomitantemente.

Picos de crescimento tem a ver com alimentação (o bebê quer comer mais, inclusive a noite!) e os saltos tem a ver com desenvolvimento (o bebê pode querer comer e dormir menos).

A angústia de separação é uma fase muito crítica, talvez a mais crítica no desenvolvimento do ser humano. A partir do momento que bebês tomam ciência do mundo ao seu redor eles começam a formar relações importantes com as pessoas em suas vidas, aprendem rapidamente que certas pessoas são vitais para sua felicidade e sobrevivência, e sofrem angústias quando essas pessoas aparecerem e desaparecerem. Isso tem influência direto no seu sono, principalmente se a mãe retorna ao trabalho ou promove um desmame (ou outro tipo de separação) quando o bebê está passando pela ansiedade de separação.

Todos os fenômenos são importantes e podem alterar o sono do bebê. Mas é confortante saber que carinho, apoio, amor, colo, empatia e amamentação em livre demanda, independente da fase que se encontra, é o que o bebê precisa.

UM PLÁ SOBRE PICOS DE CRESCIMENTO
Afinal, o que significa "Growth Spurt"?
Poderíamos traduzir (não literalmente) como PICO DE CRESCIMENTO.



É um fenômeno que ocorre nos bebês e, no qual, estes solicitam mais mamadas do que de costume. Estas necessidades geralmente duram de poucos dias a uma semana, seguido de um retorno ao padrão menor de mamadas.

A mãe costuma sentir como se não desse conta de produzir leite em quantidade suficiente para o Bebê.

Períodos comuns destes "picos de crescimento" ocorrem por volta dos:
7 - 10 dias;
2 - 3 semanas;
4 - 6 semanas;
3 meses;
4 meses;
6 meses;
9 meses (em torno)

Os picos de crescimento não param no primeiro ano. Podem ocorrer no decorrer do crescimento da criança, incluindo, por exemplo, a adolescência.

Quanto mais o bebê mamar = mais leite produzirá no seio.
Estimule ambos os lados, esvaziando um lado para que depois passe pro outro seio.
Confie em sua produção. Seios murchos não significam menos leite.
Boa parte do leite é produzido na hora da mamada.
É normal, durante o pico de crescimento, que o bebê mame HORAS seguidas.

Fonte: http://www.kellymom.com/bf/normal/growth-spurt.html

UM PLÁ SOBRE SALTO DE DESENVOLVIMENTO
Bebês não se desenvolvem em um ritmo constante, e sim irregular.



No período que imediatamente antecede um salto de desenvolvimento o bebê repentinamente pode se sentir disperso à mudanças nos sistemas perceptivo e cognitivo que não foram adaptadas ainda no organismo.

Então na tentativa de readaptação, o bebê volta à base, ou seja, à mãe, o que reflete-se em períodos de maior carência afetiva, pedem mais colo, e com frequência afetam o sono e apetite.

Depois de algumas semanas essa fase difícil é superada, e o bebê demonstra ter habilidades novas.

Uma Cronologia aproximada dos períodos de crise é:
- 5 semanas / 1 mês
- 8 semanas / quase 2 meses
- 12 semanas / quase 3 meses
- 19 semanas / 4 meses e meio
- 26 semanas / 6 meses
- 30 semanas / 7 meses
- 37 semanas / 8 meses e meio
- 46 semanas / quase 11 meses
- 55 semanas / quase 13 meses
- 64 semanas / quase 15 meses
- 75 semanas / 17 meses

Nesse período, é esperado que o bebê:
- Procure ficar mais perto da MÃE, ou seja sua base de tudo, pois é o que ele conhece melhor;
- Fique mais carente, precisando de colo, segurança e orientação maternal de perto;
- Coma mal e durma pior;
- Pode pedir para mamar com mais frequência;
- Comece a fazer coisas que não fazia antes da crise tal como rir, sentar, engatinhar, interagir...
- Demonstre felicidade com o final da crise e superação do desenvolvimento adquirido.

Essa fase difícil passa, e tudo volta a normalidade, na mesma naturalidade que iniciou.
Então, durante as crises, é só ter um pouco de paciência, carinho, cumplicidade... que logo logo passa...

Fonte: Referência 1

Edição por Andreia Mortensen e Anna Arena - GVA

Referências:
1- Hetty van de rijt, Frans Plooij. The Wonder Weeks. How to stimulate your baby's mental development and help him turn his 8 predictable, great, fussy phases into magical leaps forward. Kiddy World Promotions B.V. 2010.

2- Lopes, R.M. F., Nascimento, R.F.L.; Souza, S. G.; Mallet, L. G.; Argimon, I.I.L. Desenvolvimento Cognitivo e motor de crianças de zero a quinze meses: um estudo de revisão. 2010. 
http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0529.pdf

3- Piaget, J. & Inhelder, B. The Psychology of the Child. New York: Basic Books. 1962.

4- Thomas J., The Normal Newborn and Why Breastmilk is Not Just Food. Retirado do website da pediatra e consultora de amamentação. 2010.
http://www.drjen4kids.com/soap%20box/normal_%20newborn.htm

5- Gopnik, A., Meltzoff, A.N., and Kuhl, P.K. The Scientist in the Crib: Minds, Brains, and How Children Learn. New York: William Morrow & Co. Inc. 1999

6- Shore, R. Rethinking the Brain: New Insights into Early Development. New York: Families and Work Institute. 1997

7- Margot Sunderland. The Science of Parenting. DK Publishing Inc. 2006.

8- Brummelte S, Grunau RE, Zaidman-Zait A, Weinberg J, Nordstokke D, Cepeda IL. Cortisol levels in relation to maternal interaction and child internalizing behavior in preterm and full-term children at 18 months corrected age. Dev Psychobiol. 2010 Oct 28.

9- Pantley. E. No-Cry Separation Anxiety Solution: Gentle Ways to Make Good-Bye Easy from Six Months to Six Years. McGraw-Hill, 2010.

Por Andréia C. K. Mortensen


O Salto da Gazela Selvagem

Oi meus fãns!!!!!

Tô sumidaça, né? Sabe por que? Dou um doce de goiaba pra quem adivinhar... O Pepê não tá dormindo bem! Dentinho? Pode ser, mas até agora não vi evolução na gengiva, tá só inchada. Sabe o que é que eu acho que é mesmo? SALTO DE DESENVOLVIMENTO. O bichinho tá muito ligadão nas coisas, muito esperto, pulando, mordendo, querendo pegar tudo. Salto de desenvolvimento+dentinhos nascendo+falta de sono=mãe perturbada, cansada e sem tempo de postar nos blogs. Estamos fazendo acupuntura e eu comprei uma garrafadinha por conta própria (não façam auto-medicação), mas quem disse?! Sabe quando eu resolvi aceitar e me virar nos 30 estudando/trabalhando com o Pê no colo, a vida é mais, as árveres samos nozes? Não tá funcionando mais! Não dá pra fazer nada com 30 minutos de cochilo do Pê, minha gente! Me f**i! 

Agora vou precisar de ajuda se eu quiser continuar a vida, entra em cena o Vovô babá! "Ainda bem que você vive comigo, por que senão, como seria esta vida? Sei lá, sei lá...". 

E a noite do Pepê? Tá malo, mui malo! Maridón viajou na terça, tudo desandou, fiquei aqui sem dormir, sem amor, sem ajuda... mimimi. Já chegou, amanhã de manhã é minha chance de descansar DA SEMANA, por que meu amor pega meu pequenote e some no mundo pra eu dormir uma vida. Só acordo pra dar mamá. 

E vamos em frente, já são quase seis meses sem dormir direito!


sexta-feira, 8 de março de 2013

O UFC do sono

Fotografia de stock: Baby sleeping on mom
Tá bom, dorme no colo mesmo.


A última sessão de acupuntura (foi a terceira né, gente, quem tá contando?) deixou meu menino relaxadinho, depois dormiu no carro, depois acordou e não dormiu mais, depois dormiu a noite, ou seja, tá o samba-do-sono-doido aqui em casa!
Nunca vi meu pequenote lutar tanto contra o sono! 
Me dá um sentimento de pena misturado com raiva. E passar uma hora ninando ele, a criatura com o olho vermelho mas não dorme... É irritante e frustrante. 
Só pode ser os dentinhos, amore, que isso pelo menos passa! Se não for por causa de dente aí eu tô frita no alho e óleo. Vamos aguardar com fé no coração estes dois dentinhos despontarem. Enquanto isso Shiva que nos ilumine e dê paciencia pra esta mãe carecida deste atributo.

terça-feira, 5 de março de 2013

Azedou!


Imagem royalty-free: father and newborn
Ignora a chupeta...

Ah jezuiz me chicoteie três vezes! A noite do Pepê virou uma coisa, novamente. Agora ele esqueceu como faz pra dormir muito e acordar só duas vezes pra mamar. Tá acordando de hora em hora de novo. Eu estava achando que é por que depois dos dez dias relaxamos com o método da Pantley. Agora acho que são eles, os famosos e terríveis, os inimigos do sono dos bebês, OS DENTES!!! Cara caramba cara caraô!!! E eu já estava me recuperando, as faces passando de amarelas a rubras... Agora o menino me acorda no meio da madrugada e demora uma vida pra dormir novamente, nina, mama, nina. E daqui a pouquinho acorda de novo! Noite passada o fofo acordou X horas da matina e ficou na cama igual um frango assado, se revirando de um lado pro outro, e só foi dormir depois de um processo que durou mais de hora. Como que é esse negócio de dente, mães? Quando acaba? Depois de nascidos os primeiros ou só depois que nascerem 32? Meu filho vai dormir um dia?! Vaaaaai???  

Pepê é um sabiá mesmo! Carambolas!


O Pássaro matutino: acordando muito cedo” Por Elizabeth Pantley

Eu não preciso de despertador. Todos os dias minha filha acorda cedo, normalmente antes das 6hs. Existe alguma maneira de fazê-la dormir mais, ou ela é um pássaro matutino?

É verdade que muitas crianças acordam cedo naturalmente, mas apenas 10% a 15% têm a tendência fisiológica de ser uma cotovia. A grande maioria acorda cedo por razões externas que afetam o seu sono e o horário do seu despertar, e elas podem ser modificadas.

Você pode descobrir se seu pequeno é realmente uma cotovia se: - acorda sozinho alegre e conversador - é mais ativo e enérgico no final da manhã do que no começo da tarde - dorme profundamente - fica cansado após o jantar - dorme cedo e com facilidade - acorda cedo independente da hora em que vai dormir

Se seu filho se encaixa neste caso, você sem dúvida tem uma cotovia em suas mãos. Ainda assim, é possível espremer um pouco mais de sono na manhã se você fizer algumas mudanças na rotina da criança aplicando as seguintes ideias. Se o seu madrugador na se encaixa na descrição anterior, aparentemente ele não é uma cotovia de nascença e você terá um bom resultado encorajando-o a acordar mais tarde.

Primeiro Passo

Uma das razões mais comuns para acordar cedo é simplesmente porque seu filho já dormiu o suficiente! Dê uma olhada na tabela de sono e some as horas do sono da noite do seu filho com as sonecas. Se o seu filho de dois anos está tirando duas horas de soneca e dormindo a noite uma média onze horas de sono. Se ela está indo dormir às 19h, adivinhe o que? Onze horas depois... são 6h! (Lembre-se, muito cedo pode ser definido diferentemente pelas pessoas; muitas pessoas despertam às 5h ou até antes disso, sem considerar como muito cedo).

Mesmo que sua criança esteja dormindo menos horas do que o indicado na tabela ela pode ser um daqueles raros casos de crianças que precisam de menos sono que a media. Em ambos os casos você não pode esperar que ela durma mais de manhã simplesmente porque você foi dormir à meia-noite ou porque ficou acordada à noite com o irmãozinho bebê, e ainda esta cansada. (Ah, mas se funcionasse desta forma!). Se este é o caso em sua casa você tem duas opções. Gradualmente mover o horário de dormir em 10 ou 15 minutos até que ela esteja indo dormir uma hora mais tarde e (oxalá) acorde uma hora mais tarde de manhã. Se você já leu a primeira parte deste livro você saberá que dormir cedo é normalmente melhor para criança, e que algumas vezes a mudança no horário de dormir não afetará o horário de despertar, mas certamente você pode experimentar e ver se você consegue achar um meio termo que funcione para vocês dois.

A outra opção, é claro, é fazer o seu horário de dormir mais cedo para que assim acordar mais cedo funcione para você. Isto pode ser melhor do que você pensa, uma vez que a maioria das cotovias acordam alegres de manhã e estão de mal humor no final da tarde, assim os horários da família vocês poderão ter mais tempo de alegria juntos.

Outras razões para que sua criança esteja acordando cedo

Se você somou as horas de sono de seu filho e determinou que excesso de sono não é o que tem feito com que ele acorde cedo, você pode adicionar algumas horas de sono pela manhã. Antes de entrar nas dicas gerais para encorajar um sono mais longo, ajudará se você descobrir o que tem acordado o seu filho cedo, e como determinar essas questões? Aqui estão algumas coisas que podem estar acordando-a:

- LUZ: a luz do dia, dos postes de rua, ou as luzes da casa podem ser a causa do despertar.
Solução: Cobrir as janelas, mantendo o quarto escuro.

- BARULHO: Algumas crianças despertam facilmente ao ouvir vozes, trânsito, animais de estimação, barulhos na encanação ou vizinhos.
Solução: Use o rádio para sintonizar em uma rádio com música clássica ou um “talk show”, ou uma máquina de barulho branco para mascarar os barulhos externos. Você pode programar o despertador para tocar num volume baixo cerca de uma hora antes do horário que seu filho costuma acordar para que assim os outros barulhos não o despertem. (Não se preocupe, se você está usando um barulho branco ou mantendo o volume baixo isto não a acordará). Outra opção, se você puder, é mudar o local de dormir de seu filho para um quarto mais silencioso.

-RAZÕES FISIOLÓGICAS: Talvez a fralda ou calça enxuta ou pijama está molhado ou ela precisa ir ao banheiro.
Solução: Dê menos líquido para o seu filho uma ou duas horas antes de dormir. Antes de dormir visite o penico várias vezes. Use fraldas noturnas. Se ela está acostumada a usar o penico, ensine-a a chegar no banheiro sozinha durante a noite e deixe a luz do corredor acesa. Ela pode não imaginar que é capaz de fazer isso sozinha se ela nunca o fez!

- CONFORTO: O cobertor caiu, a temperatura da casa está baixa e ela está com frio, ou a temperatura está alta e ela está com calor.
Solução: Ajuste a temperatura a casa, use ventilador (mantenha-o e seus fios fora do alcance) ou mude o que ela costuma usar para dormir, ou o tipo de cobertores da cama dela.

- FOME: O roncado da barriga dela acordou-a. 
Solução: Dê um lanche com pouco açúcar antes de dormir. Deixe um pote com bolachas e um copo d`água próximo à cama.

-HÁBITO: Ela tem acordado cedo há bastante tempo e agora o seu relógio biológico desperta naquele horário.
Solução: Gradualmente ajuste o horário de dormir o das sonecas até que esteja dormindo e acordando num horário melhor.

-ROTINA DE SONECAS: Ela está cochilando muito cedo, muito tarde, com muita frequência ou demais.
Solução: Reorganize a rotina de sonecas de acordo com as informações no capítulo sobre as questões da soneca.

Palavra de mãe: “Eu botei um pedaço de papelão em cima da janela e botei o despertador para tocar música clássica de manhãzinha. Sebastian está dormindo até uma hora mais tarde do que costumava, e não afetou no seu horário de dormir” Candice, mãe de Sebastian (3 anos)

Mais dicas para encorajar um sono mais longo

Frequentemente uma criança que desperta cedo está fazendo isso por hábito, e pode levar algumas semanas de consistentes mudanças antes de você notar um novo horário de despertar. Seja paciente e use as dicas seguintes em conjunto com a lista anterior e as ideias gerais da primeira parte deste livro:

- Aplique os conceitos abrangidos previamente e re-programe o relógio biológico de seu filho. Faça isto mantendo a hora antes de hora de dormir na penumbra, a hora de dormir escura, e o café da manhã claro.

- Mantenha o quarto de seu filho escuro durante todas as horas que você quer que ele durma. Use persianas, cortinas, ou até mesmo um pedaço grande de papelão para manter longe as luzes indesejadas. Faça sua rotina pré-sono lendo com a luz mais fraca possível e termine contando histórias no escuro.
- Programe brincadeiras externas no horário da tarde e do início da noite. Quando você não conseguir faze-las externamente, mantenha a área de brincar clara. Você pode querer investir em lâmpadas que emitem uma luminosidade amarela como os raios solares.

- Tente tratar o despertar cedo como um despertar da noite e responda a seu filho como você costuma fazer com o despertar noturno. Se as janelas estão cobertas e o quarto escuro o seu filho poderá aceitar que ainda é o meio da noite e não de manhã cedo.

- Crianças que acordam cedo, geralmente tiram sonecas cedo, também, tirando o cochilo com uma hora ou duas após acordar. Isto é na verdade o resto do sono noturno! Tente mantê-lo acordado, entre 15 e 30 minutos, a cada dia (no inicio da noite, ou seja, atrasar o horario de dormir a noite) até que atrase em uma ou duas horas do que está agora. Depois de uma semana você verá surgir um novo padrão.

- Sirva o café da manhã 30 minutos à uma hora após o despertar do seu filho. Ela pode ter ativado o seu “alerta de fome” para disparar às 6h. Postergando o café da manhã você poderá conseguir reprogramar o horário em que ela sente fome. Se ela não conseguir esperar tanto tempo, tente um pequeno lanche, como algumas bolachas, e atrase o café completo um pouco.

- Mantenha constante o horário de dormir e acordar nos sete dias da semana. Mudando-o a cada final de semana irá dificulta-lo a encontrar sucesso em razoáveis horários de despertar durante a semana.

O que fazer se a sua cotovia continuar acordando cedo

Se você tentou essas ideias, durante algumas semanas, mas o seu filho continuou acordando cedo, você pode ter que aceitar que é natural dela despertar cedo e ter que abordar o problema de uma forma diferente. Aqui vão algumas dicas:

- Toda noite, depois de seu filho dormir coloque uma caixa de brinquedos perto da cama dela. Alterne os brinquedos de forma que tenha sempre algo interessante e novo na caixa. Diga a ela que quando ela acordar ela dê uma olhada dentro da caixa e pode brincar com tudo que encontrar lá dentro. Seja criativo, mas tenha certeza que os brinquedos são seguros, e é claro, nada barulhento! (se seu filho ainda dorme no berço deixe os brinquedos no final do berço).

- Programe o despertador com uma música agradável, no quarto dela, para despertar num horário razoável. Diga a ela que ela não poderá sair do quarto para acordá-lo antes de ouvir a música.

- Deixe um copo d’água e um lanche, como bolachas, ao lado da cama para que assim que ela acorde ela tenha algo para comer. 

- Grave uma fita com a música ou história favorita de seu filho e mostre para ela como ligar o aparelho. Deixe-a ouvir a fita especial quando ela acordar.

- Convide ela para seu quarto, ou sua cama. Diga a ela que se ela acordar pode vir silenciosamente para o se quarto. Deixe-a subir na sua cama e se aconchegar com você, ou crie uma área de descanso com um saco de dormir no chão para ela. Você pode ata criar um forte, usando um cobertor em cima de uma mesinha, e chamá-lo de ninho matutino. Bote alguns brinquedos e livros dentro e veja se ela brinca silenciosamente antes de acorda-lo.

- À prova de crianças, â prova de crianças, â prova de crianças! Tenha certeza que a sua casa inteira está segura para o seu madrugador, assim se ela ficar perambulando enquanto você estiver dormindo não se meterá em problemas.

- Pratique. Uma vez que você tenha estabelecido algumas ideias para o que você quer que aconteça de manhã, deixe a sua criança mostrar exatamente o que ela vai fazer quando acordar de manhã. Após alguns dias ela vai estar confortavelmente fazendo como você deseja quando ela acordar muito cedo pela manhã, brincando com os seus brinquedos, subindo na cama com você, brincando no seu forte, ou ouvindo as suas músicas.

Minha cotovia irá dormir até tarde algum dia?

Sim, sua cotovia começará a acordar mais tarde de manhã... quando começar a escola e ela tiver que acordar às 6h!!

Frustrante, mas é verdade! Quando as crianças ficam mais velhas muitas delas passam a ser corujas, tendo dificuldades de adormecer num horário razoável, mas dormindo facilmente até a hora do almoço. (Procure meu próximo livro, sobre questões para dormir na idade escolar). 

Este artigo foi extraido do livro The No-Cry Sleep Solution for Toddlers and Preschoolers de Elizabeth Pantley (McGraw-Hill, 2005).

Versão original em inglês:


Tradução: Ana Katz Schuler

Fonte: https://www.facebook.com/notes/solu%C3%A7%C3%B5es-para-noites-sem-choro/seu-filho-acorda-muito-cedo-como-ajuda-lo-a-dormir-um-pouquinho-mais/489487014409046

O que é a insônia infantil?



Quando uma criança pequena demora para adormecer ou acorda várias vezes durante a noite e chama a mãe, diz-se que sofre de “insônia infantil devido a hábitos incorretos”. No Manual de Diagnóstico dos Transtornos Mentais (DSM-IV), uma classificação internacional geralmente aceite, não aparece qualquer enfermidade com essa designação. O que aparece é “insônia primária”, cujos critérios de diagnóstico principais são “dificuldade para iniciar ou manter o sono” que provoca “mal-estar clinicamente significativo ou problemas sociais, laborais ou em outras áreas importantes da atividade do indivíduo”.

Se meu vizinho gosta de se deitar às dez horas, mas eu prefiro ficar lendo até a meia-noite, pode-se dizer que eu tenho insônia? Claro que não; teria que ser insônia se eu fosse me deitar às dez, mas não conseguisse dormir até a meia-noite. Por outro lado, se uma criança não quer dormir, mas brincar, dizem que sofre de insônia. Se me tirarem o colchão e me obrigarem a dormir no chão irá custar-me muito a adormecer. Isso significa que tenho insônia?

Claro que não! Devolvam-me o colchão e verão como durmo bem. Se separam uma criança da mãe e lhe custa a adormecer, terá insônia? Você vai ver como dorme bem se a deixarem voltar a dormir com a mãe!

A verdadeira insônia, de que sofrem os adultos, é totalmente diferente dessa “insônia infantil” que se tirou da manga. Existirão crianças, suponho, que sofrem realmente de insônia, mas habitualmente estamos falando de crianças que não querem dormir ou que querem dormir mas não podem porque as privam do contato humano de que necessitam para dormir bem. O “mal-estar clinicamente significativo” não é produzido pela falta de sono, mas pela falta de contato humano. O único mal-estar somos nós mesmos que o produzimos, quando, enganados por certas teorias, negamos aos nossos filhos a satisfação de suas necessidades mais básicas.

Ensinar as crianças a dormir

Existem adultos que não sabem ler ou que não sabem geografia porque ninguém os ensinou. Mas não há ninguém que não saiba dormir. Dormir, como comer, respirar ou andar, não é um comportamento aprendido. Todos nascemos sabendo dormir, comer e respirar e começamos a andar quando atingimos a idade adequada, sem que ninguém nos ensine. Podemos é aprender a modificar de uma forma específica esse comportamento inato. Todos sabemos comer, mas para comer com pauzinhos chineses ou com faca e garfo, é preciso aprender. Todos sabemos respirar, mas para tocar flauta temos de aprender. Todos sabemos dormir, mas para fazê-lo de determinada forma culturalmente aceite (vestir o pijama, deitar-se na cama) temos de aprender. É certo que os nossos antepassados pré-humanos já dormiam e não necessitavam aprender nada.

Quanto mais se separa a forma como queremos que nossos filhos durmam da forma como é natural para eles fazerem, mais temos de ensinar. É muito mais fácil ensiná-los a dormir com pijama ou numa cama do que ensiná-los a dormir sem a mãe. Se estão com a mãe, deixam por fralda, pijama e tudo mais que faça falta. Não há crianças que armem um escândalo para tirar o pijama ou que exijam dormir com a mãe ao ar livre, numa cama de ramos e folhas, como sem dúvida dormiam os nossos antepassados. Ninguém teve de escrever um livro explicando um método para vestir o pijama às crianças que não o deixam fazer. Não, as crianças não são caprichosas; nas coisas que não lhes parecem importantes estão sempre dispostas a serem cordatas e fazer aquilo que lhes pedimos. Mas ao pretendermos que durmam sozinhas, estamos exigindo algo totalmente contrario aos seus mais profundos instintos, e a luta é tenaz.

Uma pessoa que não é capaz de andar ou de respirar está doente. Mas uma pessoa que não aprendeu a dançar ou a tocar flauta não tem qualquer doença nem vai ficar doente por não ter aprendido tais coisas. Do mesmo modo, uma criança que não conseguisse dormir estaria doente (e muito gravemente, certamente; a privação absoluta de sono pode originar a morte em poucos dias). Mas uma criança que não aprendeu a dormir sozinha, a dormir com o boneco, a dormir no seu berço ou a dormir no momento que mais nos convém, não sofre de qualquer doença, nem vai ficar doente por esse motivo.

Dizer a uma mãe que, se o filho não dorme sozinho nem uma vez, vai ter graves problemas de sono é tão cruel, tão absurdo e tão falso como dizer-lhe que, se o filho não aprender a tocar flauta, vai sofrer de uma insuficiência respiratória quando crescer.

Claro que os defensores de que as crianças devem aprender a dormir sozinhas mantêm, neste assunto da aprendizagem, doutrinas contraditórias. Por um lado, parece que é preciso a ensinar as crianças a dormir, coisa que já refutamos. Noutros casos, admite-se que a criança já sabe dormir, mas que é necessário ensiná-la a dormir de forma adequada, isto é, como os pais querem (sempre e quando os pais querem, “sozinho, no quarto, de um só sono”; se os pais quiserem outra coisa, então, já não tem direito de escolher).

Por último, por vezes explica-se a história ao contrario: o normal, aquilo que todas as crianças vêm ao mundo preparadas para fazer dormir, é dormir sozinhas, dormir toda a noite de um só sono e não se alimentar durante a noite. Se pedem a presença dos pais para adormecer, os chamam no meio da noite ou pedem para ser alimentadas, é porque aprenderam um mau hábito. A dita aprendizagem teria sido aprendida por condicionamento operativo: a presença dos pais ou do alimento atuaram como reforços positivos, aumentando a frequência do comportamento reforçado (acordar, chorar). O que é necessário fazer é “reeducar” as crianças, que esquecem o que foi aprendido e voltam ao “normal”.

Mas esta teoria apresenta vários pontos fracos:

a)      Por que razão existem tão poucas crianças que fazem o “normal” e tantas que “aprendem” a fazer algo de anormal? Em muitas sociedades humanas, dormir com os pais ou mamar durante a noite é considerado normal e universal. Mas mesmo na nossa sociedade, em que tais fatos são considerados anormais e são frequentemente criticados, a maioria dos pais “ensina” involuntariamente maus hábitos aos filhos. No estudo de Currel (47) mencionado, 6 por cento das crianças dormiam com os pais; mas, de entre as que dormiam sozinhas, 21 por cento dormia num lugar “não-recomendável”; 64 por cento das crianças e 73 por cento dos pais levavam a cabo rituais de conciliação de sono “não recomendáveis”; 13 por cento tomava bebidas ditas “não normais” à noite; 46 por cento apresentava um comportamento “alterado”; e 51 por cento acordava durante a noite. Somando tudo, 279% faziam algo mal. Isto é, contavam-se três coisas erradas por cada criança, e vale a pena perguntar se existia alguma criança que fizesse tudo certo. Se é verdade que a insônia infantil constitui uma doença, é a mais terrível praga da história, não existe ninguém são! É claro que entre aqueles que dormiam com os pais, a percentagem de pecados era ainda maior para todos os mandamentos.

b)      Por que razão o “normal” (dormir sozinho) é tão fácil de se esquecer e o “anormal” (chamar a mãe) tão fácil de aprender? Ensinar maus hábitos às crianças seria, segundo esta teoria, algo que a maior parte dos pais consegue em pouco tempo, sem conhecimentos de pedagogia e sem mesmo se propor a fazê-lo; ensinar-lhes um sono “normal”, pelo contrário, obriga a uma vigilância constante (“não façam nada que não lhes tenha sido explicado (15)”), recomendações muito pormenorizadas, com objetivos e métodos claramente explicados e complexos horários de espera.

Deste modo, os pais normais devem ser excelentes pedagogos que, em dois dias e como quem não quer a coisa, ensinam aos filhos uma forma muito difícil e estranha de dormir. Por que razão não usam os mesmos métodos para ensinar aos filhos dança clássica, física atômica e filologia eslava? Iriam criar um gênio!

Não seria mais lógico que acontecesse exatamente o contrário? Não deveria ser necessário um grande esforço para desviar uma criança do seu comportamento instintivo, ao qual ela voltaria à menor oportunidade? É exatamente isso que acontece. É necessário esforço, método e insistência para que uma criança durma sozinha, porque isso vai contra a sua tendência inata. Mas volta a chamar os pais à mínima oportunidade, porque isso é o normal.

c)      O exemplo clássico do condicionamento operativo é o rato que recebe alimento (reforço positivo) sempre que aperta uma manivela. Segundo aqueles que acreditam nos “hábitos incorretos aprendidos”, acordar e chamar os pais é como mover a manivela. Mas a primeira vez que o rato faz, ele o faz por casualidade, pois não sabe para que serve. A você, lhe parece que a criança acorda e chora por acaso, como o rato que, às voltas na gaiola, pisa a alavanca sem querer? Ou, antes, será que as crianças desde que nascem mostram uma forte tendência para chamar a mãe? Não, chamar a mãe não é um comportamento aprendido, é um comportamento inato.

Por outro lado, o rato apenas aperta a alavanca se lhe oferecerem comida e tiver fome. Se, ao apertar a alavanca, em vez de comida saíssem pepitas de ouro, o rato não voltaria a incomodar-se. Apenas serve como reforço aquilo que satisfaz uma necessidade do rato. As pessoas trabalham por dinheiro, porque sabem que com o dinheiro podem comprar comida; o rato não compreende algo tão complexo e age apenas em troca da comida. Implicitamente, aqueles que acreditam que a presença da mãe atua como reforço positivo estão admitindo que essa presença é tão necessária para a criança quanto o alimento o é para o rato.

Deste modo, a brilhante ideia “não responda quando o bebê chorar, porque assim ele deixará de o fazer é equivalente a “não dê comida ao rato quando aperta a alavanca e assim ele deixará de a apertar”. O problema é que o rato morre de fome se não lhe derem comida. E as crianças, o que lhes acontece se não lhes for dada atenção?

Bésame mucho - Ed. Pergaminho - Carlos González

Fonte: https://www.facebook.com/notes/solu%C3%A7%C3%B5es-para-noites-sem-choro/o-que-%C3%A9-a-ins%C3%B4nia-infantil/491572327533848

sexta-feira, 1 de março de 2013

Segunda sessão de acupuntura e minha nova religiosidade


Imagem royalty-free: Ten day old baby
dorme pequenininho que o papai tá aqui


A sessão de acupuntura foi quarta. Foi bafão! A Erika colocou mais pontinhos, deu uma fervida no bucho do mininu, colou umas sementes de abacate aqui e acolá... E na noite de quarta o "cerumanozinho" me dormiu 10 horas seguidas! QUÊ?! Isso mesmo minha gente! De seis da tarde ás 4 da matina! Mamou e dormiu mais uma hora. Cinco da manhã é noiz! Mas não tá bom ou o quê? 
No dia seguinte consegui meia hora de cama de manhã e dez minutos a tarde. Comigo, mas estava na cama e não na rede. Vamos aos pouquinhos mesmo, tem nada não. 
Por falar nisso, eu quero dar meu testemunho. Aceitei. De toda minha alma, com todo o meu coração. Não aceitei Jesus não, aceitei Pedro. O menino é um sabiá e quer dormir de 18h às 5h. Ok. Ele só dorme de dia se for no colo, na rede, no peito. Da-lhe colo! Tem noite que acorda cinco vezes. Firme e forte com a Pantley. Tem dia que dorme só 30 minutos. Tuuuudo bem. Tem dia que tá reclamão e quer ficar o tempo todinho no colo. Tome sling. Doida, coméque estuda? Comé que trabalha? Comé que cuida da casa? Vamos fazendo o que dá, enquanto ele dorme eu estudo/leio/escrevo. Com uma mão só e na maior parte do tempo pelo celular. Quando ele tá acordado fica no carrinho ou no chão brincando e eu cuido da casa. Quando for pra sair de casa eu geralmente levo o companheiro de aventuras, o vovô babá. Se não dormiu no sling com ele bem, se dormiu amém. 
E assim vamos seguindo, sempre pra frente. Vou abandonar as agulhas? Não, vamos ver o que elas podem fazer por ele. Ele vai crescer, não vai? A vida muda, não muda? Tuuuuudo passa, não passa? Agora eu consigo aceitar Jesus Pedro por que não estou mais me sentindo um zumbi, morta, irritada, triste, raiventa... Só estou cansada, é ruim mas não é a morte. Quero ter outro filho só depois que Pepê fizer 5 anos. Até lá tenho certeza que eu vou conseguir ir até na boite gay cazamiga, vou chegar em casa bêbada e com o salto quebrado de tanto dançar! E vou acordar às 6h da manhã com uma mãozinha fofa no meu rosto e um olho verde e redondo na frente da minha cara, vai ser meu sabiá gritanto: "acoda mamãe!". Que delicinha!!!